sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Revista Oeste, um marco cultural


No dia cinco de julho de 1942, data do Batismo Cultural de Goiânia, foi fundada a Revista Oeste, um veículo de propaganda de Pedro Ludovico Teixeira, primeiro prefeito de Goiânia. Embora de clara orientação estadonovista, ela contribuiu de forma grande e positiva para o nascimento de nossa literatura, até então presa ao romantismo.
De acordo com um decreto de três de fevereiro de 1943, o governo tornou a revista um órgão oficial e instituiu-a com finalidades de cunho exclusivamente cultural, como divulgação de tendências literárias e sociológicas da região, instituir concursos literários, ajudar na influência de pensamento positivo frente ao governo estadual e nacional, estimular escritores goianos, esse último tornou-se marca principal da revista Oeste. Escritores como Bernardo Elis, Domingos Félix de Sousa, Gerson de Castro Costa, Hugo de Carvalho Ramos, entre outros, tiveram suas obras literárias divulgadas pela revista.
A Revista Oeste tomou reconhecimento nacional, o então Diretor Geral do Departamento Nacional de Educação, Abgar Renault, disse na época que a revista “rivaliza com o que de melhor no gênero é publicado nos mais adiantados centros culturais de todo o país”. Apesar de ser uma das melhores revistas de ênfase cultural no país, ela foi criticada justamente por assumir essa postura. O crítico e poeta, Antônio Ramos Jubé, em entrevista ao Jornal Opção afirma que: “A revista Oeste não teve influência nenhuma. Em toda província, havendo uma revista, o pessoal só pensa em escrever conto ou fazer poesia, mais nada. Não há debate intelectual (...) O Popular dava um espaço mais constante para a literatura”.
Sendo a favor ou não à postura ideológica da Revista Oeste, é impossível negar que ela foi importante no processo da transferência da capital para Goiânia. Seus diretores, principalmente Gerson de Castro Costa e Paulo Figueiredo, que foram os primeiros, colocaram a nova capital no eixo cultural brasileiro e em suas páginas os melhores nomes da literatura e do jornalismo goiano até o ano de 1944, data de sua última publicação.



Adriano Muhammad
Vinícius Batista

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