sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Imprensa em Goiás

A associação Goiana de Imprensa (AGI) foi criada por Albatênio de Godoy, na cidade de Goiás em 1934. Ela foi criada para unir os jornalistas no intuito de cuidarem e discutirem interesses comuns.

A reunião que deu origem à associação ocorreu na Faculdade de direito, sendo que, neste dia foi escolhida uma diretoria provisória que tinha como presidente o próprio Albatênio Godoy.
A diretoria provisória ficou no comando da AGI até o dia 5 de Dezembro de 1934. No dia 28 de Novembro, data em que fizeram uma nova assembléia para a aprovação dos estatutos e a eleição da diretoria, apenas uma chapa foi inscrita e eleita por aclamação. Godoy continuou como presente. Ele permaneceu no cargo por 7 anos, até 1941.

Três anos após a criação da AGI, sua sede foi transferida para a nova capital do estado, Goiânia, porém a história da AGI pode ser contada por documentos a partir de 1951, no mandato de Geraldo Vale.
Quando Godoy deixou o cargo, quem assumiu foi o jornalista Joaquim Câmara Filho, um dos diretores do jornal O popular. A partir daí ele se fortaleceu e tornou-se mais atuante na luta pela liberdade de imprensa, expressão de pensamento, pelos direitos humanos e pelo progresso do estado de Goiás.

Os jornais, além dos conteúdos político-partidários, foram responsáveis pela difusão da cultura, por meio de incentivos ao aprimoramento literário, por exemplo.
Na AGI pode-se perceber a atuação da mulher. Ela não lutava pela igualdade sexual, e sim pelo direito à participação no mercado de trabalho e a freqüentar a faculdade.



História da imprensa em Goiás


O primeiro livro publicado sobre a imprensa em Goiás saiu em 1949, com o título Contribuição à História Goiana escrito por José Lobo. Um outro livro é o do pirinepolino Braz Wilson Pompêo de Pina Filho. O livro publicado em 1971 recebeu o título Goiás: História da Imprensa.
Um dos precursores a propagar as informações do contexto histórico, econômico e social sobre a história da imprensa goiana foi Silva e Sousa. Ele reuniu as primeiras informações sobre a população goiana no século XVIII. Ele observou a pobreza e a decadência das minas. Silva ainda pode ser considerado o primeiro comunicador, historiador e estatístico goiano. Na comunicação, ele projetou o nome de Goiás pelo Brasil quando o jornal O Patriota em 1814 publicou a sua Memória Histórica. Silva e Souza também foi um dos primeiros colaboradores da Matutina Meiapontense em 1830. Silva e Souza ainda escreveu em 1832 a Memória estatística da Província de Goiás. Ele morreu em 1840 com 76 anos de idade e foi enterrado na Igreja do Rosário na Cidade de Goiás.
A história da imprensa em Goiás pode ser dividida em cinco períodos. O primeiro vai de 1830 a 1834. Essa fase é marcada pelo surgimento do 1º jornal goiano: A Matutina Meiapontense. O segundo período é um pouco mais longo que o primeiro. Ele vai do fim da matutina até o aparecimento do Correio Oficial de Goiás e de vários outros periódicos marcados por um teor ideológico abolicionista, republicano ou político local. O terceiro período vai desde o fechamento do Correio Oficial em 1890 até 1936 com a criação da Associação Goiana de Imprensa, AGI, até 1936 com a transferência do Correio Oficial para Goiânia. O quarto período vai até 1945. Ele é marcado pelo surgimento de periódicos como a revista Oeste e a implantação do Departamento de Imprensa e Propaganda, DIP, no governo de Getúlio Vargas.


A Matutina Meiapontense


A Matutina Meiapontense surgiu no antigo arraial de Meia Ponte, atual Pirenópolis, no dia 5 de março de 1830. Neste mesmo ano, também surgiu a Lei de Imprensa, ditada pelo governo para regular a linguagem ideológica que era considerada ferina e imoral pelo governo.
A Matutina surgiu em um momento em que os brasileiros estavam comemorando a liberdade. Na época, o Brasil havia acabado de proclamar a independência. Assim, surgia a necessidade de se criar um periódico que pudesse registrar os sentimentos de um povo que até o momento vivia da garimpagem.
O surgimento do matutina ecoou como um reforçador dos princípios da Revolução Francesa que pregava postulados liberais e combatiam abertamente o absolutismo.
A primeira Lei Brasileira de Imprensa foi promulgada no dia 22 de novembro de 1823, antecedendo a Carta magna de 1824. Um dos tópicos da lei era que nenhum escrito de qualquer qualidade, volume e denominação está sujeita à censura, nem antes ou depois de impresso. Porém somente em 1830 uma nova lei surgiu para regulamentar a matéria, discriminando abusos passíveis de punição. Durante o império a imprensa contava com relativa liberdade. A Matutina Meiapontense circulou de 5 de maio de 1830 a 24 de maio de 1834, com um total de 526 números. As vezes saia as terças feiras e Sexta, passando a partir do número 25 a sair três vezes por semana.
Segundo José Lobo, a Matutina “serviu com lealdade à causa da democracia, defendendo os interesses do povo”.


Correio Oficial


O Correio Oficial circulou pela primeira vez no dia 3 de junho de 1837, sob a direção de Mariano Teixeira dos Santos. Ele usou o mesmo tipógrafo do Matutina. Esse periódico circulou durante 15 anos quando os atos oficiais, segundo informação de José Lobo, passaram a ser publicados no jornal O Tocantins.
Depois de algum tempo com a mudança da capital do estado, o Correio Oficial começou a circular em Goiânia em 1936. Ele trazia algumas páginas ao então interventor Pedro Ludovico Teixeira e uma saudação à jovem Goiânia. Em 1940, O Correio recebeu um ampla reforma, com a aquisição de modernos aparelhos de composição e várias máquinas automáticas. A partir de esse fato em 12 de março de 1944, o Correio Oficial veio a se chamar então, Diário Oficial.
Ana Flávia Teixeira
Mirian Naiara Vasconcelos

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