sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Em entrevista ao “O Único”, Rosenwal Ferreira critica atuação jornalística do POPULAR e rasga o verbo contra Lula e o PT


O jornalista e empresário Rosenwal Ferreira é goiano de Rio Verde. Nascido em família pobre, mudou-se para Goiânia na adolescência com o objetivo de concluir os estudos. Depois foi para São Paulo e graduou-se em jornalismo pela universidade Cásper Líbero. Ingressou no mercado de trabalho atuando no jornal Diário Popular, fazendo também alguns free-lancers para jornais como a Folha de S. Paulo, o Estadão e para a revista Veja.
Ainda morando em São Paulo, Rosenwal foi convidado a trabalhar nos Estados Unidos. O jornalista aproveitou a oportunidade para se especializar na área de marketing. Retornando ao Brasil, decidiu voltar a Goiás, onde atualmente trabalha em cadeia de rádio e televisão e é articulista do jornal “Diário da Manhã”. No rádio, Rosenwal apresenta o programa “Falando Sério”, na Interativa FM, e na televisão, comanda o “Opinião em Debate”, da TBC Cultura. O jornalista também é empresário e possui uma rede de escritórios de assessoria e marketing.
Nesta em entrevista ao O Único, Rosenwal relembrou momentos importantes de sua carreira, condenou a exigência do diploma de jornalista e rasgou o verbo contra o presidente Lula e o PT.

Qual foi sua motivação para escolher o jornalismo como profissão?
RF – Eu entendo que ser jornalista, do ponto de vista do que sou, é algo que você já nasce como tal. Eu sempre escrevi muito bem e gosto bastante de ler. Inclusive tenho uma biblioteca particular com mais de três mil livros dos quais 2.436 eu já li.

Você acredita que há necessidade de diploma para o jornalista?
RF – Eu acho que a faculdade burila o aluno, mas não faz o profissional. Se você não for jornalista na essência, a universidade fará muito pouco. Eu não acredito que a pessoa que não tenha talento possa se moldar na faculdade. Considero sim que um curso superior, talvez em outra área seja interessante, mas para a atividade jornalística, apenas um curso técnico já seria o bastante.

E quanto aos meios de comunicação, você acredita que atualmente eles perderam o caráter ideológico e só atendem aos interesses políticos e de mercado?
RF – Apesar de não ter me debruçado muito nos estudos sobre os primórdios da imprensa, eu posso dizer que os meios de comunicação que dependem de verbas públicas não conseguem fazer jornalismo sério. Nesse sentido, são raras as exceções de veículos que independem de apoio governamental. Pelo menos em Goiás, os órgãos de informação dominantes não são livres. A imprensa aqui é muito dependente do estado.


Então, o maior anunciante no estado de Goiás é o governo?
RF – Sem sombra de dúvidas. Existem dois tipos de dependência: a declarada e a fingida. O Diário da Manhã, por exemplo, manifesta de forma clara sua posição política a favor do governo. Em contrapartida, o jornal O Popular afirma independência, mas cerca de 70 % da verba do jornal é proveniente do Governo do Estado, então, não sai uma linha sequer que vai de encontro aos interesses governamentais.

E como você avalia o mercado de trabalho para o jornalista, já que atualmente centenas de pessoas são despejadas por ano no mercado?
RF – Realmente o mercado está restrito. Porém, eu acredito na capacidade individual. Eu posso perguntar a quantidade de livros que uma pessoa leu na faculdade e saberei facilmente se esse indivíduo vai ou não ser um bom profissional. Quem sabe escrever tem o mundo a seus pés. Eu comparo uma pessoa a um saco vazio e que é preenchido com bagagem cultural. Na medida em que esse saco se enche de conhecimento, a pessoa se valoriza profissionalmente.

Como você analisa a proposta de criação do Conselho Federal de Jornalismo?
RF – Essa proposta envolve um partido de que eu não gosto. O PT para mim é uma farsa. Desse modo, eu entendo que tudo que passa pela classe política é nocivo á sociedade. Eu acredito que a alternativa é promover a educação para que a sociedade tenha condições de exigir e cobrar mudanças na mídia, que por sua vez manipula e massifica a liberdade intelectual.

Em sua opinião, como tem sido a atuação da imprensa diante da crise no governo Lula?
RF – Nesse caso do Lula, eu penso que a imprensa tem agido de forma equilibrada. O governo é um grande engodo, apenas aprimorou práticas de banditismo já existentes. O PT e o Lula são uma farsa homérica. A bandeira do partido acabou. As pessoas irão dar crises de risos se o PT se postar como diferente dos outros partidos, ou seja, mais éticos ou idealistas.

Para finalizar, qual o maior desafio do jornalista hoje em dia?
RF – O maior desafio é sobreviver sem abrir mão da verdade. Isso só acontecerá quando estabelecermos uma equação complicada entre verdade e sobrevida, isto é, sem precisar mentir para ganhar dinheiro. É preciso também resolver a interferência do governo no jornalismo. O Estado precisa deixar de tomar o papel da imprensa e oferecer-lhe liberdade total para a livre circulação de pensamentos e idéias.
O Único

Nenhum comentário: